quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Semana de trabalho de 20 horas

É um conceito interessante e que voltou ao debate público após as eleições em Itália. Um ex-comediante que ganham imensos votos aos partidos tradicionais diz-se a favor de semanas de trabalho de 20 horas.

A propósito do assunto, li um artigo que argumenta que, se todos partilharmos o nosso emprego com mais alguém fazendo diminuir o desemprego, é possível obter crescimento económico. Para mim e acredito que para a grande maioria das pessoas será muito estranho ouvir falar de tal cenário. Mas o facto é que sempre nos habituamos a trabalhar as 40 horas sem nunca questionar o porquê.

Supostamente foi durante a revolução industrial que se decidiu o tempo ideal de trabalho.


Gostaria de ver as 20 horas de trabalho semanal na prática para poder avaliar melhor se traria uma vida melhor para todos ou não. No entanto, uma coisa é certa: ou se impunha as 20 horas a todos os cidadãos do mundo ou então seria certamente um fiasco. Já é difícil competir com indianos e chineses a trabalhar 70 horas por semana, quanto mais se baixarmos as nossas 40 para metade.

Europa: indicador de pobreza

Sobre a imagem abaixo só tenho um comentário: Ainda bem que vivemos num país quentinho!


sábado, 23 de fevereiro de 2013

Sócrates na Indústria Farmacêutica

Não, não estou a brincar. O nosso ex-primeiro ministro é mesmo um consultor para uma multinacional Suíça - Octapharma - do mercado sul americano.


Ele nunca me enganou. Todos aqueles problemas a tirar o curso de Engenharia só podiam significar uma coisa: ele nasceu para a indústria farmacêutica!

Quais mestrados, quais doutoramentos... o que é preciso para se ter um cargo de topo numa multinacional é ir para a política. Não há nenhuma outra profissão que dê tantos connects como a política, que é no fundo a matéria-prima para qualquer multinacional assegurar a sua prosperidade.

Sócrates está, ainda assim, uns passos atrás de Relvas. Sócrates foi para a política para conseguir ser consultor de uma grande empresa, enquanto Relvas foi para a política para conseguir ser consultor de todas as multinacionais de uma vez.

O artigo acaba aqui, porque tenho de ir a umas aulas de filosofia em Paris a ver se consigo um emprego na Johnson and Johnson.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Portal de Opinião Pública

A Fundação Francisco Manuel dos Santos disponibilizou mais um site informativo muito interessante sobre 7 temas:

  1. O indíviduo
  2. A família
  3. Os grupos sociais
  4. O trabalho
  5. A religião
  6. A economia
  7. A política

Os dados apresentados resultam de inquéritos de opinião executados por toda a Europa, pelo que é suposto representar a percepção dos cidadãos de cada país.
Por exemplo, no capítulo da política é possível consultar o indicador "Satisfação com a democracia" obtendo o seguinte resultado para 4 países:


Facilmente se correlaciona a riqueza do país com a saúde da democracia. Quanto mais pobre, mais a democracia é considerada inútil. O caso da Grécia é bastante alarmante e parece-me que por lá, mais cedo ou mais tarde, a democracia vai ser suspensa durante uns tempos.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Grândola Vila Morena

Agora tornou-se moda cantar esta música como forma de protesto em relação às políticas do actual Governo. Bem sei que, em termos práticos, os efeitos são praticamente nulos, mas o gozo de ver os políticos encabelados é muito bom.

http://www.publico.pt/politica/noticia/relvas-interrompido-por-grandola-vila-morena-1584951

Por mim era fazer este tipo de manifestação de cada vez que o Relvas vai ao supermercado, médico ou mecânico. Já que ele não sai e não do Governo, ao menos faz-se a vida dele o mais infernal possível.

Note-se que o Relvas (agora resolvi tratar por tu as individualidades que considero estarem abaixo de cão) até tenta dar tanga aos manifestantes, cantando ele próprio a música. Diz também outra frase fenomenal:


Governo só vai embora em 2015 se portugueses quiserem



Mas ó Relvas, ainda tens dúvidas? Tens vivido noutra realidade.
Só lamento que tu vás conseguir chegar ao fim do mandato e que consigas organizar os teus esquemas e negociatas com calma e tranquilidade. Na Bulgária, o Governo fez um décimo da cagada que vocês estão a fazer e já se demitiram após grandes protestos da população. Aprende!

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Estatísticas não mentem

Pois não é que os números reais do desemprego e recessão superaram as estimativas do Governo? Quem adivinharia tal fenómeno?

Como em qualquer outro emprego, por que é que não se criam KPIs (objectivos) no arranque de cada Governo? Eu sugiro uma lista deles e uma lista de consequências:



KPIConsequência
Promete uma coisa durante a campanha eleitoral e faz exactamente o contrárioDemissão automática do indivíduo em causa
Descobre-se, a meio do mandato, que o seu currículo é falsificadoDemissão automática do indivíduo em causa
Descobre-se que está directamente envolvido em grandes escândalos financeirosDemissão automática do indivíduo em causa e pagamento (com juros!) de todos os prejuízos causados. Não interessa se desviou o dinheiro todo para familiares e amigos: limpa-se as contas de toda a gente!
Alguém tenta nomear pessoas com currículo duvidoso ou um familiarDemissão automática do nomeador e investigação criminal sobre o assunto.
Fazer uma nova PPP ruínosaPrisão para o autor, com direito a apedrejamento público. Penhora de todos os seus bens e da família.
Privatizar uma empresa pública por tuta e meiaPossibilidade legal de qualquer cidadão poder cuspir-lhe na cara a qualquer instante


Tendo uma lista deste género (tirando as parvoíces) eu admitiria uma subida do salário dos políticos até 50% vá. Atrairia recursos humanos de topo e afastaria os Miguéis Relvas deste país. No dia em que conseguirmos isto seremos seguramente mais prósperos.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Multar quem não pede fatura

Só faltava este brinde na legislação para 2013 no que respeita à evasão fiscal. A partir de agora os consumidores poderão ser multados em 75 a 2000 euros se forem apanhados a não pedir fatura aos comerciantes.

Não estou nada de acordo com este tipos de incentivos negativos. É preferível fazer o contrário e dar a sensação às pessoas que estão a pedir fatura por dever de cidadania ou para ganhar algum dinheiro, do que conotar esta acção com sentimentos de medo de ser multado.

A minha curiosidade aumentou quando vi esta notícia porque gostava de saber em que circunstâncias é que uma pessoa pode apanhar uma multa. Os cafés e gasolineiras vão ser frequentadas por inspectores? Os inspectores têm autoridade para passar multas na hora?

Epá, menos!

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Perceber a dívida pública

Recentemente li um relatório feito por cidadãos que não estão directamente ligados à política e que tentam explicar o que é a dívida, como é que a contraímos, quem beneficiou dela, etc.

Toda a argumentação é baseada factos e noutros relatórios de instituições oficiais, pelo que os números lá apresentados parecem ser verdadeiros. O conteúdo é bastante acessível, não sendo necessários conhecimentos avançados de economia e finanças.

De entre muitas excelentes explicações sobre mitos, gostei de ver contrariada a ideia de que apenas os défices é que determinam o aumento da dívida pública. A obsessão deste governo e também da Europa em torno dos défices é exagerada, dado que se consegue contrariar a subida da dívida com crescimento económico. Olhando para o gráfico abaixo é possível verificar que a dívida nem sempre subiu, enquanto os défices sempre existiram por cá. Ora foram justamente nos anos em que mais crescemos (década de 90) que conseguimos tornar a dívida sustentável.

Concluindo, não é só através da redução do défice (que também é importante) que se reduz a dívida pública, mas também através do aumento do PIB. Sabendo que o nosso PIB está muito relacionado com o consumo interno, não me parece que estejam a ser tomadas as medidas certas.