sábado, 18 de maio de 2013

O caso do Bangladesh

Quando acontece uma desgraça nalgum canto do mundo, ficamos a conhecer os pobres desse país. Sucedeu-se o mesmo no caso do Bangladesh onde morreram cerca de 1100 pessoas após o desabamento do edifício onde trabalhavam. Segundo a notícia, estas pessoas fabricavam roupa por cerca de 29 euros por mês para as principais marcas mundiais.

Até aqui surpreendia-me um pouco que o negócio da roupa permitisse ao senhor Amancio Ortega ser o terceiro homem mais rico do mundo. Se fizermos bem as contas, a venda de uma peça de roupa por 50€ (preços normais em Portugal) cobre o salário completo mensal de um trabalhador e ainda chega para pagar o transporte. Se um empregado produzir 500 peças de roupa por dia, é tudo lucro a partir da primeira.

Agora, são as marcas (H&M, Inditex, C&A, etc) que pretendem financiar o estabelecimento de condições dignas de trabalho nestes países. Financiar?! Isto é duma hipocrisia sem limites! Então eles mandam fabricar toneladas de roupa a troco de meia dúzia de euros e achavam que haviam condições mínimas de segurança e saúde no trabalho? Poupem-me! Querem ficar bem na fotografia, quando são eles os maiores incentivadores de mercados laborais completamente desumanos. Só falta a Apple dizer o mesmo em relação à Foxconn.

Tal como referi no meu post anterior, tem de haver uma evolução muito significativa nestes países para que toda a gente do mundo viva melhor. Caso contrário, o 1% mais rico vai andar constantemente a tentar nivelar os 99% por baixo.

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