quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Férias Low Cost

Mesmo em plena crise é importante tirar alguns dias do ano para descansar e fazer o que realmente gosta. Aliás, com tanta notícia negativa que passa nas televisões e jornais, é mais urgente do que nunca afastar-se deste cenário. Embora seja quase Setembro, é sempre útil relembrar algumas dicas para fazer férias com orçamentos pequenos.


Planeie com antecedência

Há quem goste de planear com antecedência e há quem goste de aproveitar as promoções de última hora. Penso que os dois funcionam dependendo da pessoa e da flexibilidade do destino de férias. Pessoalmente prefiro o planeamento porque já tenho em mente o destino que pretendo visitar, mas um dia destes experimento escolher à última hora.
Planear significa pensar com antecedência pelos menos três coisas sobre uma viagem: tipo de férias (praia, cidade, campo, etc), orçamento e datas em que pode viajar. É com estes factores que vai tomar todas as decisões daqui para a frente. Se conseguir tirar férias em qualquer altura do ano, poderá poupar até 30 ou 40% do que gastaria se fosse em época alta.

Resumindo, quanto mais cedo começar a pensar para onde e quando quer ir, menos dinheiro irá gastar e menos stress de última hora irá ter.


Use e abuse da Internet

Para a maioria das coisas, a internet oferece preços inferiores aos normais. Muito provavelmente vai precisar de um voo, de um hotel ou de um apartamento, por isso nada melhor do que pesquisar e comparar preços online. Pela minha (pouca) experiência diria que se conseguem descontos até 15% em relação à compra directa na empresa.

Hotéis

Para hotéis recomendo o agregador Hotels Combined, que disponibiliza os preços de vários operadores turísticos sobre o mesmo hotel. Desta forma consegue-se rapidamente comparar o que pratica o maior desconto.
Recomendo também que visite vários sites que oferecem estadias no mesmo hotel, para que possa comprovar que as fotografias representam bem a realidade (já tive surpresas desagradáveis). Os comentários também são uma excelente maneira de se ficar com uma percepção do quarto. Hoje em dia, eles são categorizados por faixas etárias, o que significa que pode apenas ler opiniões de pessoas com uma idade semelhante à sua. Não se esqueça de ler vários comentários, porque há sempre quem diga que um pequeno-almoço é terrível porque não tem uma manteiga com sabor a manjericão ou um iogurte de carne assada.
Na minha opinião, dois bons sites de hotéis são:
No que respeita a voos, penso que as melhores opções são dois agregadores:
Se escolher uma companhia low cost, nunca deixe de ir até ao último passo da reserva, de maneira a verificar o preço final. Normalmente o uso de cartões de crédito tem associada uma taxa relevante (20€ ou 30€) que pode fazer a diferença.

Apartamentos

Esta modalidade é a minha favorita. Um quarto de hotel é geralmente pequeno e não é prático para as tarefas do dia-a-dia (sim, apesar de se estar em férias é preciso na mesma tratar por exemplo da roupa, nem que seja empilhá-la num canto). Um apartamento tem bastante mais espaço e comodidades como máquina de lavar a roupa, micro ondas e afins. Além disso, fica muito mais barato fazer algumas refeições no apartamento (se não a maioria). A poupança que se consegue com as refeições chega e sobra para poder visitar tudo o que pretende. Caso prático para 7 dias de estadia (14 refeições):

Hotel Apartamento
14x12€ = 168€14x5€ = 70

São cerca de 100€ de diferença, que podem ser gastos noutras actividades.
Só não sigo à risca este plano quando estou num sítio onde a comida é extremamente boa. Aí sim, vale a pena fazer algumas refeições fora, mas sem exageros. Comer fora todos os dias acaba por massacrar o sistema digestivo (if you know what I mean).

Estude detalhadamente o seu destino

Não é preciso deslocar-se a uma agência de viagens para organizar a sua viagem. Se realmente gostar de viajar, então estará a desperdiçar uma das melhores partes: analisar o que de melhor dá para ver e fazer no seu destino. É das coisas que mais adoro e quem me tira isso tira-me uma grande percentagem do prazer total das férias.
Para se inteirar de todos os detalhes deliciosos, basta pesquisar no Google. Existem inúmeros blogs que relatam as viagens que fizeram e com certeza que haverá um sobre o destino que pensou. Além disso, existem dois sites que costumo visitar e ambos têm apps para o smartphone:
  • TripAdvisor (neste costumo utilizar uma técnica que me ensinaram: se souber a língua, tente ler os comentários e opiniões na língua nativa. Os nativos têm sempre um conhecimento superior aos outros)
  • GuidePal
Estude a rede de transportes públicos do seu destino e escolha um hotel ou apartamento num ponto da cidade onde seja fácil movimentar-se (à beira de uma estação do metro ou paragem de autocarros). É

Nesta altura, irá ter em mente os locais a visitar e como se deslocar para chegar até eles. Resta saber que bilhete de transporte lhe compensa comprar. Às vezes é possível a um cidadão estrangeiro tirar um passe tal e qual como se vivesse nessa cidade, o que é uma grande vantagem. Investigue bem qual o passe que serve para visitar todos os locais que pretende visitar e não caia em tentação de comprar logo o passe de turista. Várias cidades implementaram este esquema, mas só compensa a quem for visitar uma grande percentagem dos locais lá assinalados. Entre nos sites, faça contas ao preço dos bilhetes e verifique o que realmente lhe compensa.

Outros meios de poupar nas férias

Ultimamente tem-se falado de outras formas de férias que me parecem ser bastante económicas, mas que poderão não se adequar à personalidade de toda a gente:
  1. Trocar de casa com outras pessoas (ver artigo do DinheiroVivo) - evita despesas com o aluguer de apartamentos ou hotéis.
  2. Couchsurfing - semelhante ao anterior, mas em vez de trocarem ao mesmo tempo, o anfitrião recebe o viajante "no seu sofá".
  3. Férias em países com moeda mais fraca que o euro - uma grande ideia para gastar pouco dinheiro, mas que obriga a fazer grandes viagens.
Para finalizar e se não se importarem de viajar com muita gente, tanto melhor, uma vez que poderão dividir as maiores despesas entre vocês: apartamento, carro, etc.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

6 dicas para poupar no combustível


Sabendo que os combustíveis constituem uma despesa significativa das famílias, eis que apresento 6 dicas para conseguir poupar algum dinheiro. Se o leitor for como eu e não quer abdicar do conforto do seu automóvel, leia os capítulos seguintes, caso contrário arranje um dos muitos meios de transporte alternativos.

1. Gasolineiras low-cost

Já perdi a conta ao número de discussões que tive (umas mais amigáveis que outras) sobre este tema. Está profundamente enraizada na sociedade portuguesa a ideia de que os combustíveis do Intermarché, Pingo Doce ou Jumbo são de qualidade inferior. Não é! A qualidade mínima dos combustíveis é determinada por lei, não havendo espaço para "maus" combustíveis. A velhinha história dos "aditivos" também não tem fundamento científico nenhum, uma vez que nunca foi apresentado qualquer estudo até à data. Aliás, se houvesse um método científico para comprovar que com a gasolina A é possível fazer mais 50% dos quilómetros do que com a gasolina B, este seria um trunfo brutal do departamento de marketing das grandes marcas.

Vejam o vídeo abaixo que explica melhor estas coisas:

2. Modo de condução

Uma vez que meço os meus consumos ao longo do tempo, consigo dizer-vos qual a minha taxa de poupança que é possível com a alteração do modo de condução: 9%. Contudo, a poupança varia consoante o tipo de carro e combustível, entre outros.
Há diversas maneiras de conseguir um consumo mais baixo, nomeadamente:
  1. Conduzir a velocidades mais baixas (sem empatar o trânsito, pois claro!). Desde que baixei a minha velocidade em vias rápidas e auto estradas para 100 km/h, que o consumo decresceu imenso.
  2. Arranques menos bruscos.
  3. Tentar prever como o trânsito e os semáforos se vão comportar. Normalmente os semáforos estão sincronizados uns com os outros, por isso é possível sabermos qual a velocidade necessária para passar a rua toda no verde. Outra coisa que se vê muito na estrada são aquelas pessoas que nos ultrapassam para depois pararem no semáforo vermelho logo à frente. Se tivermos a capacidade de o ver ao longe, escusamos de fazer estas figuras tristes.
  4. Nunca andar em "ponto-morto". Se estivermos com uma velocidade engatada em andamento, gastamos 0 litros, enquanto que se formos em ponto-morto gastamos o mesmo que em relanti. Já para não falar nos problemas de controlo do carro...
  5. Conduzir com os pneus na pressão certa.

3. Controlo de gastos mensais

Quem tem um computador de bordo no carro pode e deve acompanhar a evolução dos seus consumos ao longo do tempo. Quem não tem pode registar os seus consumos numa folha de excel ou numa app para o telemóvel (meu caso). A app tem a grande vantagem de se poder tratar os dados como que quiser, oferecendo perspectivas que um computador de bordo não dá. 
Ter uma noção dos consumos, preço dos combustíveis e quilómetros percorridos permite estabelecer objectivos para o futuro. Quase automaticamente, vamos tentando gastar menos do que no depósito anterior.

Um dia destes apresento a que programei em Android para mim.

4. Partilhar o carro

Esta é muito simples: se na sua empresa tem colegas de trabalho que moram perto de si, proponha um sistema rotativo dos vossos carros. Mesmo que só haja uma pessoa com quem possa partilhar já vale a pena cortar a despesa em metade. 
Existem ainda alternativas de carpooling na internet, mas nem todos estão dispostos a partilhar o carro com desconhecidos - http://www.carpool.com.pt/

5. Aproveitar promoções/descontos

Existem diversos tipos de descontos por parte das distribuidoras de combustíveis, que envolvem muitas vezes despesas noutros produtos. Se por acaso já é consumidor desses produtos então valerá bastante a pena aproveitar as campanhas. Seguem-se alguns exemplos duma lista que provavelmente ascenderá a algumas dezenas:

6. Calcular percursos antecipadamente e optimizá-los

Obter o percurso óptimo entre o ponto A e o ponto B nem sempre é fácil. A internet e os GPSs facilitaram imenso esta tarefa, pelo que devem usar estas ferramentas sempre que possível. 
Se o percurso é repetitivo podem fazer optimizações tais como conhecer alternativas aos vários segmentos do percurso. Se de repente uma estrada está em obras ou se sabem que a uma determinada hora há lá muito trânsito, devem saber como se desviar da maneira mais optimizada possível. Para ficarem a conhecer os atalhos, nada como perguntar aos vossos colegas. Há alguns que nunca na vida os iria conhecer se não fossem eles.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Pingo Doce - uma marca que faz Portugal falar

Não podia deixar de comentar sobre o caso mais recente do Pingo Doce - o uso do multibanco passa a ser apenas para compras acima de 20€ (ver artigo do DinheiroVivo). Para o bem ou para o mal, esta empresa é capaz de colocar o país a falar sobre um determinado assunto. Não há muitas assim em Portugal.

Só para recordar duas polémicas recentes:
  • A mudança de sede para a Holanda (artigo do Correio da Manhã) - teve o mérito de provocar uma discussão tal que se ficou a saber que 18 das então 20 empresas cotadas na bolsa portuguesa também já tinham mudado as suas sedes para o estrangeiro.
(acho sempre piada a esta foto :P)
  • 50% de desconto no 1º de Maio - esta foi a melhor de todas, porque despoletou um debate intenso sobre o direito dos trabalhadores (por ser 1 de Maio) e sobre o desespero de muitos portugueses (por terem andado ao murro por produtos com desconto - um ambiente muito bem descrito pelo Ricardo Araújo Pereira)

Voltando ao assunto principal, o Pingo Doce fez lembrar mais um bom assunto, que tem a haver com duas coisas que funcionam muito bem em Portugal: concorrência e a banca (pelo menos no entender dos próprios funciona bem). A primeira porque nos informou que a Unicre é dona e senhora de todo o ecossistema de terminais de pagamento automático: 1-0 para a Autoridade da Concorrência; a segunda porque a banca prefere perder vários milhões de euros e entalar os consumidores, do que perder só alguns milhões e deixar o consumidor em paz.
Não quero agoirar, mas parece-me que é uma jogada negocial do Pingo Doce, para que haja uma baixa generalizada das comissões para a banca. Entretanto, toca a guardar os cartões em casa...




Combustíveis, porque sois assim para mim?

Se há coisa que me irrita é chegar a sexta-feira e lá está a bela da notícia por toda a imprensa a tentar adivinhar se os combustíveis vão subir ou vão descer. Eu aposto que eles estão mortinhos para que suba, para poderem ir enviando os repórteres para os postos de abastecimento e entrevistar toda a santa alma que lá passa. É incrível!

Anyway, acho sempre piada às causas que estão por detrás das subidas do petróleo, nomeadamente 4.

A primeira é a fantástica "tensão no médio oriente". Esta gente aumenta o preço de um produto por haver tensão em algum sítio do mundo? Ou há de facto batatada e os produtores de petróleo do médio oriente cortam o acesso ao resto do mundo e há uma escalada de preços, ou então não há razão nenhuma!
"Vamos aumentando o preço para o caso de haver batatada" - dizem eles. Estão a dizer-me que quando chegar essa altura, o preço já tá tão alto que não precisam de o aumentar escandalosamente? Bullshit...
Nunca os ouvimos dizer: "Vamos diminuindo o preço para o caso de toda a gente se dar bem no mundo!"

A segunda é "o petróleo vai acabar daqui por 50 anos". Era isto que eu ouvia quando era pequeno e sobre isto só tenho a acrescentar o seguinte vídeo:

Podem ver o programa completo aqui.

A terceira e quarta razões estão relacionadas e são inclusivamente contraditórias. Já ouvi dizer que o petróleo estava a aumentar de preço porque a economia global estava a acelerar e portanto havia mais procura, assim como ouvi dizer que a economia global estava a desacelerar, o que fazia com que a produção descesse e consequentemente os preços aumentavam (menos oferta).
Uma coisa eu sei: devem pagar bem a esta malta que arranja estas justificações (mas menos do que aos indivíduos da PJ que inventam o nome das operações policiais). Não é fácil convencer o mundo de que um preço tanto aumenta porque "A" e porque "não A".


Tenho sempre muito que dizer sobre os combustíveis, até porque são uma parcela muito significante do meu orçamento familiar. Mais tarde farei um novo post sobre os impostos aplicados pelo Governo, assim como algumas dicas e ferramentas para diminuir o consumo do maldito.

Deixo-vos uns links com dados que o PORDATA compilou e que servem para quantificar o consumo em Portugal:


domingo, 19 de agosto de 2012

Introdução para quem gosta de dinheiro

Dinheiro é o tema do momento. Não há nada que se fale mais nas notícias (excepto no verão quando se falam dos incêndios), jornais ou até nos cafés. Toda a gente anda assustada com a crise e com o que poderá acontecer no futuro, por isso decidi criar um blog onde pudesse juntar todos os assuntos relacionados com dinheiro.



Praticamente tudo o que se faz no mundo envolve o verdinho (um dos muitos sinónimos existentes) e isso permite-me escrever sobre o que eu quiser :) Opinar, criticar, queixar e reclamar são coisas que o verdadeiro português adora fazer e portanto quero que as pessoas sintam que há alguém com a mesma opinião, algures no mundo.

Uma vez que penso bastante sobre este tema durante o dia, vou tentar criar um espaço com dicas e ferramentas práticas para que todos possam poupar mais ou investir melhor o seu dinheiro. Não sendo dono da verdade, pretendo incorporar toda a informação válida que os leitores possam dar para que todos beneficiem.

Algumas das áreas que vou tentar criar neste espaço são:

  • Críticas Opiniões sobre decisões políticas
  • Crise portuguesa/europeia
  • Polémicas e escândalos financeiros ou com dinheiros públicos
  • Dicas e ferramentas para poupar no dia-a-dia
  • Investimentos básicos (depósitos a prazo, etc)
  • Coisas engraçadas sobre dinheiro
Deixo-vos com um diagrama brutal e que vale a pena gastar alguns minutos a analisá-lo.

(Atenção que a imagem é muito grande (~7,5Mb) e pode demorar algum tempo a abrir)