quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Corrupción en la política?!

Saiu uma notícia no El País que expõe uma lista de políticos espanhóis que alegadamente recebiam dinheiro de empresários, como por exemplo da construção civil. Não sei se para os espanhóis isto é novidade ou não, mas nós por cá já estamos habituados a ver estes casos a chegar e a ir embora, sem que nada aconteça.


  1. Todos os intervenientes do BPN estão perfeitamente tranquilos nas suas casas.
  2. O Relvas já fez trinta por uma linha e está de boa saúde.
  3. Relvas, Dias Loureiro e afins passam todos juntos o Natal no Copacabana Palace no Brasil.
  4. PPPs feitas à medida para os grandes grupos económicos.

Podia continuar? Poder podia, mas não era a mesma coisa. A própria França também ficou escandalizada com as notícias de que Nicolas Sarkozy, Zinedine Zidane e Michel Platini estariam envolvidos no "favorecimento" do Qatar como anfitrião do mundial de 2022.

Hoje em dia já não vê a corrupção quem não quer. Se dantes podia haver dúvidas, agora há claras certezas de que ela existe. Simplesmente não há meios judiciais para resolver o problema.

Sonho com o dia em que não teremos a classe política. Lamento que os bons também possam sofrer, mas os maus já fizeram mal demais.

A elite portuguesa aguenta!

E pronto! Mais um episódio de um representante da nossa elite. Eu ia escrever "elite intelectual", mas depois de afirmar a seguinte frase - "Se os sem-abrigo aguentam porque é que nós não aguentamos?" - penso que é adequado.

Infelizmente é gente desta que tem dirigido o nosso país e isso explica muitos dos problemas que enfrentamos hoje. Este senhor fala dos sem-abrigo, mas ele é bem mais pobre do que eles. E não estou a falar só de pobreza de espírito. Ele é literalmente mais pobre dado que o seu banco tem uma dívida de 1000 milhões de euros ao Estado.



terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Desemprego no mundo

A Organização Internacional do Trabalho estima que em 2013 o desemprego mundial atinja os 202 milhões de habitantes. Em 2012 a distribuição era a da figura abaixo.


O desemprego não é uma consequência apenas da crise que se vive. É sobretudo causado pelas desigualdades entre os mais ricos e os mais pobres. O dinheiro que existe no mundo é mais do que suficiente para empregar toda a gente mas, estando mal distribuído, é impossível criar postos de trabalho.

É conhecido que em Wall Street, a geração de lucros causa sensações de grande felicidade no cérebro de tal como que são muitas vezes superiores a drogas ou sexo. Neste tipo de mundo que criámos para nós, não me parece que alguma vez exista algum tipo de justiça social. Só grandes guerras ou epidemias é que costumam causar redistribuições de dinheiro e mesmo aí costuma ir mais para uns do que para outros.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Estado social

Primeiro foi o FMI a apresentar o primeiro relatório de apoio ao debate sobre o Estado Social em Portugal. Agora é a OCDE que começa a sugerir medidas. Mas por que raio estamos a começar a discussão pelo fim?

Por que é que o Governo não iniciou este debate assim que entrou em funções? Por que é que não iniciou o debate assim que a expressão "refudanção do memorando" veio a público? Por que é que somos avisados por comentadores de televisão que há estudos a serem encomendados a entidades estrangeiras?

Eu tenho a resposta: porque o Relvas existe.

Este está eleito desde já o governante mais incompetente (menos para ele próprio claro), mais odiado e mais descredibilizado de sempre. Até o Santana Lopes foi menos gozado do que este sujeito. Não tem a mínima capacidade de comunicar seja o que for aos portugueses, nem tão pouco coordenar o discurso dos outros membros do Governo. Aliás, é bem provável que a estratégia de comunicação seja precisamente esta: mandar os amigos lançar o assunto na praça pública para que ninguém lhe atribua directamente as culpas.

Este debate está inviabilizado logo à partida e é pena porque se trata de um assunto demasiado importante. Na minha opinião, este Governo não tem a mínima legitimidade para fazer uma reforma deste tamanho, já que estas medidas nunca foram sufragadas. É por isso que ouço com nojo declarações do género: "temos de debater o Estado Social que os portugueses querem...". Os portugueses? Ou o que apenas o Governo quer? Nunca ninguém me perguntou nem vai perguntar o que gostaria de ter como Estado Social e infelizmente vão ser os do costume a decidir.

Viva a democracia!...

Banco de Portugal - Estimativas a Dezembro de 2012

O Banco de Portugal publicou o Boletim Económico do Inverno de 2012, onde apresentou as últimas previsões para a economia portuguesa em 2013 e 2014.


Alguns factos que são possíveis constatar:

  • As previsões agravaram-se significativamente desde o Boletim Económico de 2012. Isto é, em apenas 3 meses concluiu-se que a economia se vai comportar de uma maneira bastante diferente da esperada. Creio que esta mudança repentina estará relacionada com as medidas que entretanto foram aprovadas no Orçamento de Estado.
  • Distanciaram-se ainda mais das previsões do Governo onde, por exemplo, o crescimento económico de 2013 será de -1.0% do PIB. Estamos a falar de valores próximos do dobro!
  • O Banco de Portugal assinala que as previsões para 2014 têm como pressuposto que não haverão novas medidas de austeridade no próximo Orçamento de Estado. Ou seja, esta entidade é claramente da opinião de que, havendo mais austeridade, a economia afunda.
Que mais sinais são precisos para que o Governo entenda que isto não vai dar a lado nenhum?

IRS 2013 - Tabelas de retenção

Foram ontem lançadas as tabelas de retenção na fonte de IRS em diário da República e entretanto proliferaram as calculadores e simuladores para que toda a gente possa ficar a saber quanto é que vai receber a menos. O pedropais.com lançou uma ferramenta comparativa com os anos anteriores e outra para ficar a saber quanto é que poderá vir a receber com duodécimos à mistura. O Económico, em parceira com a PwC, também lançou a sua própria calculadora.

O que é possível constatar destas contas é que o aumento dos impostos é brutal, quando se analisa as variações anuais desde 2011. Faz também recordar que, no sector privado, o ano de 2012 foi afinal de contas um ano melhor que 2011 em termos de impostos, uma vez que não houve sobretaxa.

As calculadoras que introduzem o factor 'duodécimos' fazem chegar à conclusão que a diluição dos subsídios pelos 12 meses irá abafar muito o descontentamento social. Na maioria dos casos, o valor líquido mensal vai até subir, o que vai fazer com que os mais distraídos não se apercebam do quanto o seu rendimento foi afectado.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Relatório do FMI - Desemprego

O FMI também fala, no seu relatório, sobre o desemprego e considera que a duração do subsídio é demasiado longa. Quando comparado com outros países, a duração é de facto maior sendo apenas superado pelos 60 meses da Bélgica (!!).
Até posso concordar que o subsídio de desemprego dure menos, mas nunca numa situação de recessão. Tomar uma medida destas num momento tão delicado como o actual só irá atirar mais gente para a pobreza. Na minha perspectiva dever-se-ia considerar a duração e os montantes numa altura economicamente favorável.

Relatório do FMI - Suplementos ao salário

No relatório encomendado pelo Governo ao FMI com sugestões para a refundação do estado social vem um conjunto vasto de cortes em praticamente todos os ministérios. Apesar de achar que este relatório não tem a minha perspectiva social, ele baseia-se em factos para determinar onde é que se deve gastar.

Sendo assim, farei posts para apresentar estes factos sobre Portugal e vou deixar a comunicação social debruçar-se sobre as sugestões concretas.

Suplementos ao salário

A compensação por horas extraordinária, subsídios de deslocação, etc fazem parte dos suplementos pagos aos vários trabalhadores do estado. Na figura seguinte pode-se analisar em que profissões é que as compensações são mais ou menos significativas.


Comparando com outros países da Europa, verifica-se que os suplementos pagos em Portugal na função pública são superiores. É um facto que parece existir alguns abusos e por isso é que sou da opinião que se devia aumentar os salários e cortar bastante nos suplementos.


Nos médicos as compensações são quase ridículas em comparação com outros países e demonstra pela 50043ª vez que esta classe profissional é altamente protegida.


sábado, 5 de janeiro de 2013

Indicadores sociais - Despesas Anuais

Ainda no relatório do INE com os indicadores sociais, gostei de ler o quadro com as categorias de despesa média anual por agregado. Afinal de contas não parece que os portugueses andaram a viver acima das possibilidades. As maiores despesas são feitas em bens e serviços essenciais como os produtos alimentares, habitação, saúde, transportes, ensino, etc.


Aviação low-cost

O Instituto Nacional de Aviação Civil publicou um estudo sobre o impacto da aviação low-cost em Portugal desde que arrancaram em força por volta de 2004. A adesão a esta modalidade de transporte tem sido muito positiva, tendo ganho uma quota de mercado muito razoável. A aviação tradicional terá de se reinventar ou correrá o risco de desaparecer.


As companhias aéreas tradicionais definem os seus preços incluindo à partida um conjunto de serviços extra (comida, bebida, bagagem de porão, reserva de lugar, etc), enquanto as low-cost cobram apenas o transporte em si. Ora este segundo modelo parece agradar a cada vez mais pessoas, tanto no mundo comercial como no particular. São as pessoas que escolhem os serviços que querem e pagam.

A aviação tradicional terá de remodelar a sua oferta para destinos próximos ou então concentrar-se apenas nos voos de longo curso.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Indicadores Sociais - Taxa de variação do Índice de Preços no Consumidor

Segundo o INE (artigo), a taxa de variação do Índice de Preços no Consumidor no período 2005-2011 foi a da figura abaixo. Resumindo, aumentou quase tudo de preço e o que desceu não foi muito significativo.


Indicadores Sociais - Emprego

O INE publicou um relatório intitulado "Indicadores Sociais 2011", que reúne um vasto conjunto de estatísticas sobre a população portuguesa, em diversas áreas.

Relativamente ao emprego deixo aqui os dois indicadores que achei mais interessantes em gráfico. Existem outros indicadores muito interessante, mas como são tabelas extensas não colocarei aqui.