sábado, 22 de setembro de 2012

Morte da medida da TSU

Passaram-se 15 dias desde o anúncio do aumento da contribuição para a segurança social (de 11% para 18%) e podemos dizer que ela morreu. Pelo menos nos moldes em que estava prevista originalmente.

Tenho pena que não se tenha chegado a perceber ao certo o alcance da medida, porque nunca ninguém chegou a esclarecer em que é que isto ajudava as finanças do país... Quer dizer, minto. Fomos brindados com um António Mexia a elogiar a medida e que poderia diminuir os preços da electricidade - yeah right, como se não houvesse um défice tarifário gigantesco. Na melhor das hipóteses o preço poderia ser mantido ao nível actual durante mais uns tempos.


Há quem diga que era para ajudar as grandes empresas do PSI20, outros que dizem que é só para ajudar os bancos (como é a opinião do José Gomes Ferreira), mas cá para mim o objectivo do governo sempre foi arrecadar mais dinheiro para si próprio e passo a explicar.

Os trabalhadores e consumidores em geral já não garantem a mesma receita ao estado que antigamente, seja porque os seus salários estão a diminuir ou porque estão desempregados ou porque não gastam o seu dinheiro por medo. Daí que penso que se terá virado para as empresas. Estas tentam sempre ser lucrativas e por isso têm obrigação de ser menos receosas da crise do que o cidadão comum. Na perspectiva do estado, as empresas iriam poder contratar mais (o que significa mais receita em impostos e menos despesa com o subsídio de desemprego) ou então apresentar mais lucros no final do ano (o que significa mais receita em IRC).

Se foi esta ideia do Governo então estes senhores têm de ir para a Universidade outra vez (ou, em alguns casos, pela primeira vez). Nem lhes terá passado pela cabeça que a brutal redução do poder de compra resultaria numa retracção do consumo, que poderia não ser proporcional (no pior sentido claro). Assusta-me que estas pessoas com poder de decisão ignorem completamente o peixe pequeno e se dediquem a alimentar o peixe graúdo.

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