terça-feira, 18 de setembro de 2012

Dívida pública

A dívida é um conceito engraçado inventado por um conjunto de banqueiros e que representa o preço de um empréstimo. Não sendo economista, nem nada que se pareça, faz-me confusão como é que tudo começou. Imprimiu-se a primeira nota de 10€ e emprestou-se a troco de 11€? De onde vem o euro adicional?

Parece-me que esta dúvida básica que tenho está na origem da explicação do crescimento da dívida mundial: jamais será possível pagar toda a dívida existente, porque não há dinheiro suficiente para a pagar. Se esta frase está correcta (alguém que me contrarie por favor) então significa que andamos todos a pagar indefinidamente às entidades que iniciaram todo este processo - bancos.

Muito se fala da dívida pública portuguesa nos últimos tempos e de quem é a culpa. Pois bem, este link apresenta uma distribuição da acumulação da dívida pelo vários governos.



A dívida nunca parou de descer em altura alguma desde pelo menos 1981. Como é possível os sucessivos governos não tomarem medidas para evitar este nítido crescimento insustentável? Beneficiou-se claramente uma geração com prejuízos para as seguintes. E digo propositadamente no plural, porque estando aos níveis actuais (>100% do PIB), são precisas várias dezenas de anos para a diminuir, partindo do princípio que se faz tudo bem entretanto. Não adianta culpar apenas o Sócrates ou o Cavaco, foram todos responsáveis por aumentar a dívida, sem pensar que um dia isto rebentaria.

Estima-se que, dividindo a dívida pública por cada um dos seus habitantes, cada português terá de pagar cerca de 19 mil euros. Estamos completamente enterrados até ao pescoço.

Por esse mundo fora contam-se variadíssimos casos de dívidas públicas insustentáveis. Basta observar o infográfico que o The Economist disponibiliza:

http://www.economist.com/content/global_debt_clock

Até quando vão os países suportar uma dívida insustentável? A solução tem sempre passado por imprimir moeda nova para pagar dívidas antigas, mas eventualmente isto trará ainda mais problemas. Estes pagamentos que toda a gente está obrigada a fazer, acabam por resultar numa transferência brutal e cada vez maior dos pobres para os ricos. Chegará o dia (talvez dos meus bisnetos ou nem isso) em que o mundo inteiro terá de declarar um default, cortar a dívida de uma vez por todas e arranjar um novo sistema monetário.

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