quarta-feira, 29 de maio de 2013

Estatística: Desigualdade de rendimento por país

Abaixo mostro um gráfico que ilustra as desigualdades de rendimento por país. Quanto mais próximo de zero, mais igualdade existe. Portugal é dos países da Europa que mais desigualdade apresenta, o que não contribui nada para a coesão da sociedade.
Tenho a ideia que cada vez a desigualdade aumenta, por isso vou gostar o mesmo gráfico no futuro, sobre os anos que agora se seguem.


Estatística: Satisfação da população no mundo

A OCDE publicou um relatório onde se avalia, entre outras coisas, o bem estar das pessoas por país.
Portugal surge como uma das sociedades mais infelizes do estudo, o que coincide com a noção que eu tenho.
Com uma motivação tão em baixo, como é que vamos conseguir dar a volta por cima da crise?



sábado, 25 de maio de 2013

Baixar salários em Portugal para ganhar competitividade é uma falácia

No estudo "The Tax Burden of Typical Workers in the EU 27" prova-se uma vez mais que Portugal não vai ganhar competitividade nem atrair investimento ao baixar salários.
Para contrariar a lenga-lenga com que os políticos nos bombardeiam todos os dias, o quadro abaixo prova que Portugal é dos melhores países da União Europeia para investir, no que respeita a salários. É certo que salários baixos oferecem uma vantagem competitiva à empresa, mas neste momento já são suficientemente baixos.


Nos dias de hoje há factores muito mais importantes:

  • A qualificação dos recursos humanos é essencial e por isso é que é um crime que se corte cegamente o orçamento para a educação.
  • A procura interna determina quase sempre se se vai investir ou não, com excepção para as empresas maioritariamente exportadoras.
  • A estabilidade fiscal permite a um investidor saber se o seu plano de negócios é exequível ou não.
  • A eficiência e rapidez da justiça oferece segurança a investidor.
  • O regime de IRC tem de favorecer empresas criadoras de emprego e de produção de transaccionáveis.


sábado, 18 de maio de 2013

Europa - Jovens que vivem em casa dos pais

A permanência dos jovens em casa dos pais é um misto de autonomia financeira com cultura e tradição. Nos países do sul é perfeitamente normal que um jovem com 25 anos ainda viva com os pais, enquanto no norte é raríssimo.
Vejam a percentagem por país no gráfico abaixo.


O caso do Bangladesh

Quando acontece uma desgraça nalgum canto do mundo, ficamos a conhecer os pobres desse país. Sucedeu-se o mesmo no caso do Bangladesh onde morreram cerca de 1100 pessoas após o desabamento do edifício onde trabalhavam. Segundo a notícia, estas pessoas fabricavam roupa por cerca de 29 euros por mês para as principais marcas mundiais.

Até aqui surpreendia-me um pouco que o negócio da roupa permitisse ao senhor Amancio Ortega ser o terceiro homem mais rico do mundo. Se fizermos bem as contas, a venda de uma peça de roupa por 50€ (preços normais em Portugal) cobre o salário completo mensal de um trabalhador e ainda chega para pagar o transporte. Se um empregado produzir 500 peças de roupa por dia, é tudo lucro a partir da primeira.

Agora, são as marcas (H&M, Inditex, C&A, etc) que pretendem financiar o estabelecimento de condições dignas de trabalho nestes países. Financiar?! Isto é duma hipocrisia sem limites! Então eles mandam fabricar toneladas de roupa a troco de meia dúzia de euros e achavam que haviam condições mínimas de segurança e saúde no trabalho? Poupem-me! Querem ficar bem na fotografia, quando são eles os maiores incentivadores de mercados laborais completamente desumanos. Só falta a Apple dizer o mesmo em relação à Foxconn.

Tal como referi no meu post anterior, tem de haver uma evolução muito significativa nestes países para que toda a gente do mundo viva melhor. Caso contrário, o 1% mais rico vai andar constantemente a tentar nivelar os 99% por baixo.

sábado, 11 de maio de 2013

Crescimento do PIB no mundo

Segundo este artigo as previsões de crescimento para o mundo são as do gráfico abaixo. A Europa deve estar super orgulhosa neste momento, pois é que contribui com mais países em recessão. Aliás, tem quase o exclusivo!

Como é de esperar, são os países menos desenvolvidos que mais vão crescer. Na minha opinião, esta deslocalização do crescimento advém da globalização da economia e entrada de mais países na Organização Mundial do Comércio. De um momento para o outro, os países que eram desenvolvidos descobriram que podem afinal baixar brutalmente os custos da sua produção se a deslocalizarem para países onde há pessoas a ganhar 30€/mês. Com isto, têm provocado um desemprego galopante no ocidente, mas por outro lado uma taxa altíssima de empregabilidade no oriente. Ora, as pessoas que antigamente compravam os produtos - os do ocidente - deixaram de o poder fazer, mas o grande problema é que as economias que agora estão a crescer imenso não nos estão a comprar na mesma proporção.

Enquanto houverem países cuja mão-de-obra é praticamente escrava, o modelo actual da economia levará inevitavelmente à nivelação por baixo. Seria óptimo que a China, a Índia e o Bangladesh subissem os salários dos trabalhadores na proporção do seu crescimento, pois permitiria aos europeus e americanos escoar muito mais produção do que actualmente. As trocas comerciais seriam, neste cenário, muito vantajosas para as duas partes e viveríamos todos um pouco melhor. O que tem acontecido é um aumento de multi-milionários nestes países do oriente que, naturalmente, não estão a distribuir os proveitos com mais justiça.


Preços da electricidade na Europa

O Economist publicou um artigo que contém o gráfico abaixo e que diz respeito aos preços praticados em vários países da Europa. Portugal, como país próspero que é, tem preços acima da média europeia. Não sei que mais argumentos são precisos para constatarmos que estamos a ser extorquidos.

A energia está presente em praticamente todos os sectores, sendo ela electricidade, gás ou gasóleo. O preço da energia é portanto determinante para a competitividade da economia e no nosso caso é bastante desfavorável. Empresas com necessidades elevadas de electricidade não virão com certeza investir em Portugal. Por mais barata que a mão-de-obra seja, o custo da energia é demasiado elevado para se conseguir compensar.

O nosso governo tem andado preocupado em baixar salários, em vez de reduzir drasticamente todos estes custos de contexto que impedem, estes sim, de Portugal se tornar um país competitivo.


terça-feira, 7 de maio de 2013

Os novos cortes na despesa

O DinheiroVivo fez um excelente infográfico onde descreve em que é que o Estado vai cortar a seguir.

sábado, 4 de maio de 2013

Medidas de austeridade: parte 543

Cada vez que leio que Passos Coelho vai falar ao país em horário nobre, fico arrepiado. Desta vez apresentou um conjunto de medidas que incidem sobretudo sobre os pensionistas e funcionários públicos.

Devo dizer que fiquei positivamente surpreendido com algumas das medidas anunciadas.


  • O horário de 35 horas semanais era um desigualdade que existia há demasiado tempo, sem qualquer justificação. Concordo em absoluto.
  • A mobilidade especial sem limite de tempo era outra parvoíce de todo o tamanho. Pagar uma fracção do ordenado a uma pessoa e não beneficiar dos seus serviços é o equivalente a uma pensão vitalícia. Concordo com o tecto máximo de 18 meses.
  • Os regimes de bonificação do tempo de serviço para o acesso à reforma é uma desigualdade gigantesca que existia até agora. Só tenho pena que não tivessem terminado com os privilégios dos juízes do Tribunal Constitucional, que se podem reformar após 12 anos de serviço.
Quanto à taxação das reformas e aumento (virtual) da idade da reforma para os 66 não acho que tivessem sido uma boa medida. Acho que deviam atacar áreas da despesa onde há de facto ineficiência ou desigualdade, tal como as medidas com que concordo acima.
O governo insiste em dizer que "quase 70% da despesa é com o estado social". Eu percebo que seja inevitável cortar alguma coisa aqui, mas gostava que pelo menos referisse o que vai cortar na outra fatia do bolo (os tais 30%). É que nem uma palavra. Todos os dias ouvimos falar de BPNs, PPPs, SWAPs, etc e somos obrigados a assistir a que ninguém faça nada. É revoltante...