O INE publicou o relatório "Contas Nacionais Trimestrais Por Sector Institucional" relativo ao 3º trimestre de 2012, onde aparece um dado interessante sobre o mercado laboral: estamos a ficar mais baratos. Um dos principais objectivos deste Governo é o de tornar Portugal apetecível para o investimento estrangeiro, não pela qualidade mas pelo preço.
Com o gráfico abaixo, não há mais desculpas para o Governo dizer que não estamos mais competitivos. Se mesmo assim não houver uma recuperação económica, a culpa já não poderá ser atribuída aos trabalhadores caríssimos (!) de Portugal, mas sim exclusivamente aos "trabalhadores" do Governo.
"A diminuição dos CTUP acentuou-se, passando de uma taxa de variação de -2.2% no 2º trimestre de 2012, para -2,4% no 3º trimestre de 2012. O contributo da variação da remuneração média (-1,1%) para aquela diminuição foi reforçado pelo aumento de 1,3% da produtividade aparente da economia no 3º trimestre de 2012."
domingo, 30 de dezembro de 2012
Embaratecer Portugal
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Os amigos do BPN
Bem sei que a imprensa tem um poder enorme de fabricar a opinião dos portugueses, mas acho que no caso do BPN não há mesmo muitas dúvidas sobre os actos criminosos que lá ocorreram. A SIC fez uma reportagem que sumariza os principais esquemas em que o BPN estava envolvido que, na minha opinião, é muita elucidativa. Vejam por vocês próprios:
domingo, 23 de dezembro de 2012
10 Outrageous Predictions for 2013
É este o título do exercício anual que o Saxo Bank costuma fazer. São previsões propositadamente exageradas, mas com algum fundamento. O Jornal de Negócios traduziu-as num artigo, que irei colocar aqui:
1. O DAX de Frankfurt vai mergulhar 33%
Em 2012, a Alemanha teve uma clara supremacia face ao resto das bolsas europeias, mesmo tendo em conta a crise no continente e a fraca actividade chinesa.
O abrandamento da economia chinesa vai colocar um travão na expansão industrial alemã. Isto causará uma estagnação dos inventários e uma diminuição dos lucros de grandes empresas como a Siemens, a BASF e a Daimler. Este stress de mercado irá degradar a confiança dos consumidores, e como resultado disso, a procura interna.
Com a fraca procura interna e a queda nas exportações, os índices de aprovação da chanceler Merkel irão cair a pique, podendo obstruir a sua reeleição no terceiro trimestre do ano. Com uma fraca economia e muita instabilidade política, o DAX vai descer para 5.000, ou seja, 33%.
2. A nacionalização da maioria das empresas de electrónica do Japão
As empresas de electrónica do Japão, outrora a glória da nação, entraram numa fase terminal após o país ter sido ultrapassado nessa área pela Coreia do Sul, com especial destaque para a Samsung. Com este declínio, as empresas direccionaram-se para o mercado interno, algo com elevados custos em sintonia com o nível de vida do Japão.
Perdas na ordem dos 30 milhões de dólares (22,6 milhões de euros) nas empresas como a Sharp, Panasonic e Sony deteriorarão a credibilidade das empresas que serão nacionalizadas, num “déjà-vu” do mercado automóvel americano. Em 8 dos últimos 16 anos o PIB (produto interno bruto) do Japão não cresceu, consequência dos resgates
3. Soja aumenta 50%
O mau tempo em 2012 causou o caos nas culturas e teme-se que este cenário se mantenha em 2013, nas épocas de plantação e de crescimento. O stock de soja é precário, fruto de 9 maus anos, o que leva a que a volatilidade do seu preço fique exposta a disrupções.
O aumento na procura de biocombustíveis, neste caso óleo de soja refinado, vai fazer com que o preço aumente em cerca de 50%
4. Ouro a 1.200 dólares (906 euros) por onça (28,35 gramas)
A força da recuperação dos Estados Unidos em 2013 vai surpreender os mercados e especialmente os investidores em ouro, que durante os últimos anos tem dominado o mercado.
As mudanças verificadas na economia americana, combinadas com a falta de recuperação na procura física do ouro na China e na Índia, onde ambos lutam contra um fraco crescimento e desemprego crescente, despoleta a liquidação do ouro. Isto é fruto da decisão da Reserva Federal americana em reduzir ou eliminar em definitivo a compra ou hipoteca de obrigações do tesouro.
Os fundos de investimento vão mudar-se para o lado vendedor, o que fará com que o ouro desça de 1.500 dólares para 1.200 dólares antes que as economias emergentes ou os bancos centrais possam tirar vantagem dessa redução.
5. Barril de petróleo atinge os 50 dólares
A produção de energia nos Estados Unidos continua a aumentar para além das expectativas, graças às avançadas técnicas de extracção de petróleo do xisto betuminoso.
A produção de barris de petróleo continuará a crescer e com um inventário para 30 anos, os preços baixarão para 50 dólares o barril. O lado da oferta, ou seja, a Rússia e os países exportadores de petróleo irá reagir muito tarde, hesitando em reduzir a produção, mantendo a oferta alta.
6. 60 ienes valem 1 dólar
O Partido Liberal Democrático volta ao poder com a punição do iene na agenda. Mas a realidade é que um parlamento pouco cooperativo e a resistência do Banco do Japão, significam que apenas algumas medidas serão introduzidas.
Entretanto, o mercado vai ficar pouco satisfeito com a ideia de enfraquecer o iene. A deflação e a repatriação de investimentos farão com que este se fortaleça e chegue aos 60 ienes por dólar.
7. Hong Kong muda o regime de câmbios fixos do dólar americano para o renminbi chinês
A China mergulha no seu compromisso político de se afastar do dólar americano, e dá esse grande passo quando Hong Kong tomar a decisão de mudar o seu regime de câmbios fixos do dólar americano para o renminbi chinês.
Outros países asiáticos irão mostrar o desejo de fazer o mesmo. A China irá começar a aumentar a convertibilidade para apanhar uma fatia maior do mercado de comércio. Rapidamente a volatilidade do renminbi aumentará enquanto a China perderá o gás, tornando Hong Kong o mais importante centro de comércio de renminbi.
8. Banco Central Suíço interrompe combate à subida do franco
Com a eleição em Itália e os problemas na Grécia, Portugal e Espanha, haverá um grande movimento de capitais para a Suíça, o que levará a que o governo suíço e o seu banco central decidam deixar o franco apreciar-se em relação ao euro.
Eventualmente, a sua apreciação irá parar, mas não antes de 0,95 francos suíços valerem 1 euro.
9. Espanha aproxima-se do incumprimento enquanto taxas de juro aumentam para 10%
O mercado ignorar o alinhamento da periferia da União Europeia, impondo à União um risco sistémico. Este é o caso particular da Espanha, onde o rendimento de 1,8 milhões de pessoas é agora inferior a 400 euros, e onde apenas 17 milhões em 47 estão empregados.
A taxa de desemprego é de 25% e nos jovens chega aos 50%. A Catalunha continua a tentar separar-se, numa altura em que a Espanha verá o total da sua dívida explodir até aos 400% do seu PIB (produto interno bruto).
10. Yield a 30 anos dos Estados Unidos dobra
As obrigações do tesouro a 30 anos mostram um retorno esperado de 0,4% (2,8% de yield menos 2,4% de inflação) para os próximos 30 anos. É esperado que a Reserva Federal mantenha as taxas baixas, mas em 2013 isto pode mudar graças à política da taxa de juro de 0%, o que obriga os investidores a mover o capital para conseguirem uma yield.
O mercado das obrigações é de 157 biliões de dólares contra uma valorização de mercado de 55 biliões. Isto significa que por cada dólar em acções há três em obrigações.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Estatísticas por Municípios - Preço da habitação
O INE publicou os Anuários Estatísticos Regionais, onde apresenta dados sobre vários temas ao nível municipal.
Em baixo apresento um mapa interessante que ilustra o preço da habitação por município. Todos nós temos noção das áreas onde é mais caro comprar casa, mas este mapa deixou-me surpreendido com a região do Algarve.
Em baixo apresento um mapa interessante que ilustra o preço da habitação por município. Todos nós temos noção das áreas onde é mais caro comprar casa, mas este mapa deixou-me surpreendido com a região do Algarve.
Estatísticas por Municípios - Médicos
O INE publicou os Anuários Estatísticos Regionais, onde apresenta dados sobre vários temas ao nível municipal.
No que diz respeito à distribuição de médicos pelo país, dá para perceber que há necessidade de novos médicos e de colocar outros em mobilidade. Este gráfico refuta completamente o discurso proteccionista que a Ordem dos Médicos, onde argumenta que o numerus clausus das universidades de medicina deve diminuir. Penso que há claramente espaço para uniformizar o mapa abaixo.
No que diz respeito à distribuição de médicos pelo país, dá para perceber que há necessidade de novos médicos e de colocar outros em mobilidade. Este gráfico refuta completamente o discurso proteccionista que a Ordem dos Médicos, onde argumenta que o numerus clausus das universidades de medicina deve diminuir. Penso que há claramente espaço para uniformizar o mapa abaixo.
Médicos por 1000 habitantes, por município, 2011
"Vivemos acima das nossas possibilidades"
Já não é a primeira vez que me ouvem a contestar esta frase, mas desta vez vou citar um artigo muito bom que tira precisamente as conclusões que eu também tiro. As conclusões abaixo são do autor, que se baseou na análise de um estudo do Banco de Portugal e do INE chamado “Inquérito à Situação Financeira das Famílias 2010”, publicado em Maio de 2012.
- A maior parte das famílias portuguesas (63%) não devia nada aos bancos ou a qualquer outra instituição financeira;
- A maior parte das dívidas das famílias dizia respeito à aquisição de habitação (24,5% das famílias portuguesas estavam a pagar empréstimos que tinham contraído para adquirir habitação principal);
- Poucas famílias tinham outras dívidas (3,3 % tinham contraído empréstimos para adquirir outros imoveis, 13,3% tinham contraído empréstimos para outros fins e apenas 7,5% estavam a pagar empréstimos obtidos com cartão de crédito, linhas de crédito e descobertos bancários);
- Quem deve é quem tem maior rendimentoe riqueza (nos 10% das famílias com maior rendimento, 57,4% das famílias eram devedoras; no grupo das 20% com menor rendimento apenas 18,4% das famílias estavam endividadas);
- Se continuar a ler (quadro 11 do estudo) verificará também que quem mais deve é quem mais tem (a dívida mediana da classe de rendimento mais elevada é cerca de duas vezes maior do que a da classe de rendimento mais baixo, a dívida mediana da classe de riqueza mais elevada é quase seis vezes maior do que a da classe de rendimento mais baixo).
Salários médios na Europa
Não conheço a fonte da imagem abaixo, pelo que não consigo confirmar a sua veracidade. No entanto, dá para perceber que há sítios bem melhores para se ganhar a vida do que Portugal - pelo menos no que toca a dinheiro.
Sendo eu um apreciador do bom tempo e da boa comida, sobram-me poucos países onde não me importaria de trabalhar. Infelizmente os países do sul não são os fortes economicamente...
Sendo eu um apreciador do bom tempo e da boa comida, sobram-me poucos países onde não me importaria de trabalhar. Infelizmente os países do sul não são os fortes economicamente...
Literacia no mundo
Um dos factores que também explica a fraca economia portuguesa é a falta de mão-de-obra altamente qualificada. A relação entre literacia e riqueza é mais ou menos linear, pelo que se pode observar da imagem abaixo (abrir este link para ver a imagem em ponto grande).
Em 2011, o cenário não era fantástico para Portugal. Ainda continuamos a ser dos países com maiores níveis de iliteracia da Europa, o que claramente impede o nosso desenvolvimento.
Não vejo um grande futuro nesta área para Portugal, porque se está a cortar fortemente na educação básica e a restringir cada vez o acesso ao ensino superior aos mais abastados. Se apostarmos no desenvolvimento das competências dos portugueses e lhes dermos condições para se estabelecerem dignamente no nosso país, seremos certamente mais bem sucedidos do que agora.
Em 2011, o cenário não era fantástico para Portugal. Ainda continuamos a ser dos países com maiores níveis de iliteracia da Europa, o que claramente impede o nosso desenvolvimento.
Não vejo um grande futuro nesta área para Portugal, porque se está a cortar fortemente na educação básica e a restringir cada vez o acesso ao ensino superior aos mais abastados. Se apostarmos no desenvolvimento das competências dos portugueses e lhes dermos condições para se estabelecerem dignamente no nosso país, seremos certamente mais bem sucedidos do que agora.
domingo, 16 de dezembro de 2012
Privatizar a educação
Vale a pena ver a reportagem feita pela TVI sobre o financiamento de colégios privados. Como é habitual as personagens são ex-políticos e a maioria não presta qualquer declaração para a entrevista. Há, no mínimo, fortes indícios de crime, mas como estamos a falar de políticos tenho a certeza que eles fizeram tudo no limite da legalidade. Já não falo em moralidade, porque essa nunca chegou a existir nos políticos portugueses.
Esta e outras reportagens não me dão confiança nenhuma para as privatizações que decorreram e que decorrem, além de que é liderado por duas pessoas com pouquíssima legitimidade: Miguel Relvas e António Borges.
Não tenho dúvidas que daqui por uns anos vamos estar a assistir a reportagens feitas sobe as empresas que estão a ser privatizadas agora. A minha descrença pela classe política é total.
Esta e outras reportagens não me dão confiança nenhuma para as privatizações que decorreram e que decorrem, além de que é liderado por duas pessoas com pouquíssima legitimidade: Miguel Relvas e António Borges.
Não tenho dúvidas que daqui por uns anos vamos estar a assistir a reportagens feitas sobe as empresas que estão a ser privatizadas agora. A minha descrença pela classe política é total.
sábado, 15 de dezembro de 2012
Capitalismo
É um daqueles chavões com conotação negativa para a grande maioria das pessoas. Eu sinto-me incluído nesse grupo, até porque os defensores do capitalismo só me dão razões para isso. Desta vez, foi o CEO da Google a proclamar o seu orgulho por ter conseguido fugir aos impostos.
É triste constatar que os impostos tendem a subir para a população que trabalha e a descer para as grande corporações. Parece uma visão ideologicamente comunista, mas a verdade está à vista de todos e o tempo em que se podia chamar (com razão) de anti-capitalistas aos comunistas já está a passar à história. Neste momento é muito mais claro que tem havido uma transferência gigantesca de dinheiro para os grandes grupos económicos, ao ponto de toda a Europa se manifestar contra o assunto.
Outro exemplo de quem hipóteses de fugir aos impostos é o de Gérard Depardieu.
Depois do anúncio da taxa de solidariedade francesa de 75%, têm sido várias as pessoas abastadas que têm vendido activos em França e comprado na Bélgica. Contudo, este exemplo não é comparável com o da Google, uma vez que esta se está a tentar livrar duma taxa de 30 ou mais por cento, enquanto os franceses estão se estão a tentar livrar duma taxa de 75%. Penso que Hollande exagerou e que o tiro lhe vai sair pela culatra.
É triste constatar que os impostos tendem a subir para a população que trabalha e a descer para as grande corporações. Parece uma visão ideologicamente comunista, mas a verdade está à vista de todos e o tempo em que se podia chamar (com razão) de anti-capitalistas aos comunistas já está a passar à história. Neste momento é muito mais claro que tem havido uma transferência gigantesca de dinheiro para os grandes grupos económicos, ao ponto de toda a Europa se manifestar contra o assunto.
Outro exemplo de quem hipóteses de fugir aos impostos é o de Gérard Depardieu.
Depois do anúncio da taxa de solidariedade francesa de 75%, têm sido várias as pessoas abastadas que têm vendido activos em França e comprado na Bélgica. Contudo, este exemplo não é comparável com o da Google, uma vez que esta se está a tentar livrar duma taxa de 30 ou mais por cento, enquanto os franceses estão se estão a tentar livrar duma taxa de 75%. Penso que Hollande exagerou e que o tiro lhe vai sair pela culatra.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Reservas de ouro
Hoje resolvi consultar um ranking que sempre quis saber: a lista de entidades com maiores reservas de ouro. Sempre ouvi dizer que Portugal tinha das maiores reservas de ouro do mundo e por acaso até não estamos mal servidos.
Não fosse a vinda do FMI nos anos 80 a Portugal e ainda teríamos uma bela quantidade de ouro.
Não fosse a vinda do FMI nos anos 80 a Portugal e ainda teríamos uma bela quantidade de ouro.
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Ranking de transparência
Há alguns dias foi actualizada a tabela do índice de percepção da corrupção e é curioso verificar que há uma relação directa entre a prosperidade e a transparência. Já dizia o outro ministro que se Portugal não tivesse corrupção, teria um nível de vida equivalente aos países nórdicos.
É um pouco humilhante verificar que a população do Botswana acha que o seu país é menos corrupto do que os portugueses sobre Portugal. Acho que isto diz muito sobre o nosso nível civilizacional.
É um pouco humilhante verificar que a população do Botswana acha que o seu país é menos corrupto do que os portugueses sobre Portugal. Acho que isto diz muito sobre o nosso nível civilizacional.
sábado, 8 de dezembro de 2012
Reformas do funcionalismo público
Admito que vou fazer este post sem conhecimento de causa, mas não deixam de ser cómicas algumas das reformas da função pública. Podem consultar as listas aqui.
Alguns exemplos que saltam à vista quando analisei esta lista:
Alguns exemplos que saltam à vista quando analisei esta lista:
- Reverificadora- Autoridade tributária e aduaneira - € 1 881,57. Que profissão é esta que merece esta reforma? É a pessoa do double-check ou de Quality Control?
- Se soubesse o que sei hoje teria feito carreira militar. A média de reformas deste sector deve andar perto dos 1700€. englobando a força aérea, marinha, GNR, PSP e exército. As forças militares sempre foram muito protegidas e bem tratadas em Portugal, não vá resolverem dar um golpe de estado. É escandaloso o que se paga a esta gente, sobretudo quando se está em crise e não há necessidade urgente de forças militares. Tudo com o intuito de os manter calminhos...
- Técnico de emprego - Inst Emprego Formação Profissional - € 2 953,97. Não sabia que havia técnicos de emprego. Claramente este senhor tem falhado na sua função nos últimos anos - deve ser por isso que se vai reformar.
- Fiscal Municipal Trânsito (Coordenador) - Município de Lisboa - € 1 620,04. Coordenar o trânsito por 1620€? Onde é que eu assino?
- No Ministério da Saúde é onde existem reformas mais chorudas. Contei mais de uma dezena acima de 4000€. Médicos e enfermeiros são os mais bem pagos.
- A grande fatia de reformados vem do Ministério da Saúde.
- A média das reformas dos professores não deve andar muito longe dos 2000€. Já foi muito bom ser-se professor neste país. Agora os mais novos estão a sofrer pelos abusos do passado.
- Pinto Monteiro - ex Procurador Geral da República - € 5 516,97. Esta não sei se é merecida ou não, mas como é uma personalidade pública resolvi publicar aqui.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Portugal extinto em 2204?
É este o título de um artigo escrito para o PressEurop que, embora exagerado, tenta levantar a discussão do envelhecimento da população. O artigo é sobre Portugal mas, lendo os comentários, percebe-se que são bastantes os países que enfrentam este problema.
Na minha opinião, este é um problema mais psicológico/social do que financeiro. Podem e devem existir incentivos fiscais para que as pessoas tenham mais filhos, mas não me parece que esse seja o principal factor. Nas últimas décadas as pessoas habituaram-se a viver com cada vez maior qualidade e não querem abdicar dela. Ter um filho é visto por muita gente como um fardo a carregar para o resto da vida, que poderá impedir de atingir objectivos profissionais e financeiros.
Infelizmente, a sociedade precisará de um choque para perceber que se está a extinguir. Quanto mais não seja, quando verificarem que o sistema de pensões do seu país não é sustentável, por não haver jovens a trabalhar.
Espero sinceramente que sejam tomadas decisões ao nível da Comissão Europeia, que terão obrigatoriamente de passar por descriminações positivas fiscais. Pelo menos, numa primeira fase...
Na minha opinião, este é um problema mais psicológico/social do que financeiro. Podem e devem existir incentivos fiscais para que as pessoas tenham mais filhos, mas não me parece que esse seja o principal factor. Nas últimas décadas as pessoas habituaram-se a viver com cada vez maior qualidade e não querem abdicar dela. Ter um filho é visto por muita gente como um fardo a carregar para o resto da vida, que poderá impedir de atingir objectivos profissionais e financeiros.
Infelizmente, a sociedade precisará de um choque para perceber que se está a extinguir. Quanto mais não seja, quando verificarem que o sistema de pensões do seu país não é sustentável, por não haver jovens a trabalhar.
Espero sinceramente que sejam tomadas decisões ao nível da Comissão Europeia, que terão obrigatoriamente de passar por descriminações positivas fiscais. Pelo menos, numa primeira fase...
Isolamento ferroviário
Já que ando numa de mostrar gráficos, aproveito para colocar um sobre as bitolas. O mapa abaixo ilustra as medidas usadas nos vários países do mundo (clicar neste link para ver em ponto grande).
Quando se fala de competitividade e que Portugal é a entrada das Américas na Europa, é importante referir que as nossas bitolas são diferentes da grande maioria dos países europeus. Aliás, só a Espanha é que usa bitolas iguais às nossas.
Isto é um claro exemplo da nabice que é isolar-mo-nos do resto da Europa, desta feita em termos ferroviários. Para que os comboios circulem da Espanha para o resto da Europa é necessário implementar mecanismos de mudança de bitolas, o que acaba por atrasar e encarecer o transporte de mercadorias (e não só).
É este tipo de decisões, que ninguém liga ao início e depois se vêm a revelar muito gravosas para a economia nacional. Ninguém falava das PPPs até começarem a ver o que elas implicavam.
É o nosso Portugal :)
Quando se fala de competitividade e que Portugal é a entrada das Américas na Europa, é importante referir que as nossas bitolas são diferentes da grande maioria dos países europeus. Aliás, só a Espanha é que usa bitolas iguais às nossas.
Isto é um claro exemplo da nabice que é isolar-mo-nos do resto da Europa, desta feita em termos ferroviários. Para que os comboios circulem da Espanha para o resto da Europa é necessário implementar mecanismos de mudança de bitolas, o que acaba por atrasar e encarecer o transporte de mercadorias (e não só).
É este tipo de decisões, que ninguém liga ao início e depois se vêm a revelar muito gravosas para a economia nacional. Ninguém falava das PPPs até começarem a ver o que elas implicavam.
É o nosso Portugal :)
Poder de compra na Europa
Recentemente dei de caras com um mapa que mostra o poder de compra em cada país da Europa (clicar neste link para ver melhor a imagem).
Nota-se claramente que há grandes desigualdades no nosso continente e que Portugal é o país mais fraco de toda a zona euro. Nem a Grécia tem um poder de compra mais baixo que o nosso, numa altura em que já levam 5 anos seguidos de recessão. Apesar de estarmos mal posicionados na zona euro, ainda estamos acima da Europa de leste, onde o poder de compra é francamente baixo.
Mais uma vez é de realçar a Noruega, onde todas as regiões do país tem um poder de compra altíssimo. A Suíça também está no top, o que indica que não é preciso estar-se na zona euro para se prosperar.
Espero que um dia possamos estar na zona vermelha...
Nota-se claramente que há grandes desigualdades no nosso continente e que Portugal é o país mais fraco de toda a zona euro. Nem a Grécia tem um poder de compra mais baixo que o nosso, numa altura em que já levam 5 anos seguidos de recessão. Apesar de estarmos mal posicionados na zona euro, ainda estamos acima da Europa de leste, onde o poder de compra é francamente baixo.
Mais uma vez é de realçar a Noruega, onde todas as regiões do país tem um poder de compra altíssimo. A Suíça também está no top, o que indica que não é preciso estar-se na zona euro para se prosperar.
Espero que um dia possamos estar na zona vermelha...
Europa - 1000 anos de instalibilidade
Hoje vi um vídeo sobre os territórios e fronteiras da Europa ao longo dos últimos 10 séculos e fiquei absolutamente maravilhado com o que vi.
A Europa é provavelmente o continente onde as fronteiras mais se alteraram ao longo da história e este vídeo demonstra bem aquilo que aconteceu. Se há coisa que este vídeo nos ensina é que não devemos ter muita confiança em que tudo ficará tal como está no futuro.
Curiosamente, Portugal mantém as suas fronteiras praticamente intactas desde a sua fundação, com a excepção do breve domínio espanhol e das invasões francesas. Podemos orgulhar-nos de sermos um país quase sempre independente, coisa que hoje em dia não verifica em todos os domínios.
Vejam e apreciem a confusão que sempre ocorreu no centro da Europa e digam lá se o vídeo não está soberbo.
A Europa é provavelmente o continente onde as fronteiras mais se alteraram ao longo da história e este vídeo demonstra bem aquilo que aconteceu. Se há coisa que este vídeo nos ensina é que não devemos ter muita confiança em que tudo ficará tal como está no futuro.
Curiosamente, Portugal mantém as suas fronteiras praticamente intactas desde a sua fundação, com a excepção do breve domínio espanhol e das invasões francesas. Podemos orgulhar-nos de sermos um país quase sempre independente, coisa que hoje em dia não verifica em todos os domínios.
Vejam e apreciem a confusão que sempre ocorreu no centro da Europa e digam lá se o vídeo não está soberbo.
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Crédito bancário: evolução dos últimos anos
No último Relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Portugal aparecem alguns gráficos interessantes sobre a evolução do crédito concedido pelos bancos.
No gráfico abaixo aparece a evolução das taxas de juro aplicadas desde Janeiro de 1999 até aos dias de hoje. É possível verificar que até ao crash financeiro de 2008, o crédito era cada vez mais barato, levando muita gente a endividar-se. A partir dessa data tem-se verificado uma tendência de subida que não parece parar por aqui.
O último gráfico comprova que o crédito concedido pela banca tem vindo a descer acentuadamente. Creio que a quebra se deve tanto às dificuldades dos bancos, como do receio dos particulares.
O gráfico abaixo mostra o endividamento dos particulares à banca e à primeira vista dá a entender que as pessoas contraíram mais crédito. Na realidade, o endividamento é medido em relação ao rendimento disponível, sendo que este é que diminuiu drasticamente nestes dois últimos anos.
O último gráfico comprova que o crédito concedido pela banca tem vindo a descer acentuadamente. Creio que a quebra se deve tanto às dificuldades dos bancos, como do receio dos particulares.
sábado, 1 de dezembro de 2012
Propinas no ensino secundário
Pedro Passos Coelho nunca consegue passar uma entrevista sem dizer frases polémicas. Desta feita, duas destacaram-se: considerar Paulo Portas o número 3 do Governo (atrás de Vítor Gaspar) e insinuar que a educação no ensino secundário poderá vir a ser financiada pelas famílias portuguesas. Prefiro debruçar-me sobre a segunda e deixo a primeira para o Marcelo Rebelo de Sousa.
A insinuação sobre o financiamento do ensino secundário foi feita a propósito do corte de 4 mil milhões de euros que tem de ser pensado até Fevereiro de 2013. Ora, não deixa ser sintomático que, querendo apresentar medidas de corte da despesa, se comece por uma do lado da receita. Este Governo tem tendência para ir parar aos aumentos de impostos, obrigando a torcer a semântica das suas palavras para parecer que se trata de um corte.
Sabendo que o ensino secundário foi tornado obrigatório (e bem, na minha opinião) não é possível obrigar os portugueses a pagar uma propina, ainda que mínima, por um serviço para o qual já descontam. A conversa de termos um Estado Social que custa mais do que aquilo que descontamos não é inteiramente verdade. É certo que é pesado, mas é perfeitamente possível torná-lo sustentável. O que é insustentável é aguentar a despesa em dívida pública e é para aí que os nossos impostos estão a ser conduzidos.
Emburrecer (permitam-me inventar esta palavra) a população, tornando difícil o acesso à educação, é dar razão aos que acham que existe uma elite que o pretende fazer intencionalmente. Sem uma classe média (não só, mas sobretudo) instruída, estes senhores têm o caminho livre para fazer o que bem lhes apetece. Posto isto, sou a favor de uma escola pública totalmente gratuita durante o ensino obrigatório, mesmo que temporariamente implique mais endividamento. É com uma população bem formada que conseguiremos gerar valor.
A insinuação sobre o financiamento do ensino secundário foi feita a propósito do corte de 4 mil milhões de euros que tem de ser pensado até Fevereiro de 2013. Ora, não deixa ser sintomático que, querendo apresentar medidas de corte da despesa, se comece por uma do lado da receita. Este Governo tem tendência para ir parar aos aumentos de impostos, obrigando a torcer a semântica das suas palavras para parecer que se trata de um corte.
Sabendo que o ensino secundário foi tornado obrigatório (e bem, na minha opinião) não é possível obrigar os portugueses a pagar uma propina, ainda que mínima, por um serviço para o qual já descontam. A conversa de termos um Estado Social que custa mais do que aquilo que descontamos não é inteiramente verdade. É certo que é pesado, mas é perfeitamente possível torná-lo sustentável. O que é insustentável é aguentar a despesa em dívida pública e é para aí que os nossos impostos estão a ser conduzidos.
Emburrecer (permitam-me inventar esta palavra) a população, tornando difícil o acesso à educação, é dar razão aos que acham que existe uma elite que o pretende fazer intencionalmente. Sem uma classe média (não só, mas sobretudo) instruída, estes senhores têm o caminho livre para fazer o que bem lhes apetece. Posto isto, sou a favor de uma escola pública totalmente gratuita durante o ensino obrigatório, mesmo que temporariamente implique mais endividamento. É com uma população bem formada que conseguiremos gerar valor.
Subscrever:
Mensagens (Atom)